Frente Intelectual de Esquerda
São Bernardo do Campo, SP. Uma cidade cheia de cheiros, sons e sabores herdados dos imigrantes que nela buscavam o descanso depois de uma longa viagem entre o litoral e o interior. Aqui repousavam e trocavam culturas e muitos resolveram nem seguir viagem e pernoitaram anos a fio em meio ao vai e vem do balé evolutivo das vilas que cresciam e buscavam sua independência e autonomia.
Mata atlântica, represa, índios, negros, nortistas e nordestinos, italianos, japoneses, espanhóis e portugueses. Assim é e pretende continuar a ser, uma cidade das gentes que se misturam e se transformam.
Mais uma vez um prefeito eleito com projetos indefinidos e desconhecedor das necessidades mais elementares dos cidadãos, a cultura, a busca da interpretação do que permeia os dias de labuta, o descanso e regozijo do espírito após vencer mais um dia. Desconhecedor da arte de descansar numa roda de fogueira ou numa oficina cultural, aprendendo e ensinando o canto, a dança e o fazer e interpretar sons e músicas, conhecer, ouvir e contar histórias. Este descaso e desconhecimento traz o atrofiamento da cultura do ser que o embeleza, que compensa o dia e nos prepara para um novo amanhecer.
O que os jovens artistas querem é mostrar que não se vive só de trabalho, não se sorri apenas com o poder de compra, não é o bastante, e nunca será, ter o que comer e o que vestir, não será suficiente saber ler, escrever e interpretar humanas e exatas se não houver espaço e tempo para transformar a vida em sons, movimentos e histórias para a velhice.
Ainda bem que existem os jovens para despertar os velhos.
Força minha querida juventude! Armem-se de vasta cultura e conhecimento, pois as ruas são o picadeiro!
